Política Quotidiana

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terça-feira, janeiro 31, 2006

SOCIEDADE CIVIL

O Governo decidiu publicar uma Portaria sobre meios de prova de rendimentos de pensionistas que usufruem de comparticipação nos medicamentos.

Não sei exactamente o seu conteúdo, mas para o caso não é isso que importa.

No noticiário da TSF das 19.00 hrs (de ontem, 30 de Janeiro), apareceu o Dr. Eugénio Rosa, economista da CGTP (eu sei que economista e cgtp como características de um mesmo ser é absurdo, mas enfim) a afirmar que aqueles meios de prova eram injustos porque “os ricos não tinham que provar nada quando usufruíam de benefícios fiscais” (tradução minha).

Até aqui não subscrevo, mas não contesto. Porque não tenho tempo.

Logo a seguir apareceu no ar uma senhora a falar em nome do MURPI – Movimento Unitário de Reformados, Pensionistas e Idosos, supostamente um movimento de cidadania, da dita sociedade civil, fazendo as mesmas apreciações que o sindicalista e sublinhando isso mesmo, que concordava e passo a citar: “Com o amigo Eugénio Rosa.”

Eis um retrato exemplar da substância da maioria dos movimentos da sociedade civil em Portugal. Extensões, mais ou menos assumidas (no caso do MURPI a assunção é quase expressa, franca mesmo, já que o “unitário” é como o algodão, não engana) dos partidos políticos, numa tentativa caceteira de obter representatividade junto dos poderes públicos.

A dita sociedade civil, pelo menos em termos de intervenção política, manteve-se atrofiada durante as décadas do Prof. Esteves e assim continua, mera testa-de-ferro, na maioria das vezes, do apparatchik instalado.