Política Quotidiana

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sábado, fevereiro 04, 2006

Choque Tecnológico

Se alguém puder, que me explique os planos do governo acerca da parceria com a Microsoft e com o MIT, só para ter uma visão geral do que se está a passar. Eu acho que este tipo de medidas deve ser incentivada.

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quarta-feira, fevereiro 01, 2006

PRESIDENCIAIS

A quase unanimidade de opiniões sobre o resultado das Presidenciais deixa pouca margem para apreciações heterodoxas.

Cavaco é o grande vencedor, todos os outros foram derrotados, mas (curiosa lógica a da política) entre os derrotados existem dois vencedores: Alegre e Jerónimo.

Eu subscrevo. Aliás, acho que se estivéssemos no tempo da Monarquia, o cognome de Jerónimo seria O Parapente. Ou seja, com Jerónimo a queda do PC é menos a pique.

Também não deixa de ser um sintoma da imparcialidade dos media e do preconceito social que Jerónimo de Sousa, desde os 24 anos (hoje tem 59) funcionário do PCP, seja apresentado como operário metalúrgico.

De acordo com esta lógica, vou passar a escrever Boina Verde no meu curriculum. O facto de só ter passado um dia na tropa é claramente irrelevante. Toda a gente aponta o dedo aos boys e funcionários dos aparelhos dos outros partidos. Menos ao PCP.

Eu até percebo, é mais “romântico” que um metalúrgico se candidate à Presidência que um tipo licenciado, “da alta”. O miserabilismo vai afundar-nos…

Quanto a Alegre, basta lembrar que após 30 anos de militância, de aparelhismo puro e duro, descobriu as virtudes da independência e da sociedade civil e mera coincidência, precisamente no momento em que o aparelho não o quis.

A sua campanha, falando para um País que só existe no limbo de 1975 (daquilo que alguns gostariam que tivesse acontecido) apelando ao provincianismo e à parolice da pior espécie (a pseudo-intelectual), e não é por acaso que a Direita mais retrógrada o aplaudiu, numa das raras saídas da sua toca, fala por si.

Na semana seguinte a coisa esfumou-se com o sopro inteligente de Sócrates e foi substituída pelos golos de Liedson. Haja paciência para os inconsequentes.

Por outro lado, toda a gente aponta Mário Soares como o grande derrotado. E isso é inquestionável. Esta campanha mostrou o seu melhor mas também o seu pior.

No entanto, se virmos os acontecimentos numa perspectiva dos efeitos no futuro político dos candidatos, Soares é aquele que, até pela natureza das coisas, menos preocupação tem. Ninguém lhe tira a grande influência na democracia e na integração europeia.

Já os outros candidatos não podem dizer a mesma coisa, porque o seu futuro político estava em jogo.

Jerónimo sai claramente reforçado. Alegre sai. Não se percebe bem para onde nem por que caminho, mas ele vai andar por aí. Mas na prática ficou a falar sozinho.

Falta o grande derrotado (em termos de futuro político) destas eleições: Francisco Louça.

Foi ele quem saiu mais enfraquecido. Agora que lhe caiu a capa de jovem admirador dos velhos feitos pré-históricos do PC (embora sublinhando que o bloco tem uma perspectiva mais moderna e radical, claro!) e passou ao ataque caiu em contradição. Procurou entrar no sindicalismo e o PC (aí instalado desde o 25 de Abril) repeliu-o. Procurou acariciar o ego do funcionalismo público e a facção do bloco que tem aversão ao funcionalismo público espumou. Perdeu completamente a coerência e entalado entre Jerónimo e Alegre ficou indeciso. Apareceu na noite das eleições no seu pior momento.

Assustado, incrédulo, despeitado.

Como ao contrário da imagem que gosta de passar, não é um jovem recém-licenciado à procura do primeiro emprego, mas um político com quase trinta anos de experiência, sobreviverá.


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terça-feira, janeiro 31, 2006

SOCIEDADE CIVIL

O Governo decidiu publicar uma Portaria sobre meios de prova de rendimentos de pensionistas que usufruem de comparticipação nos medicamentos.

Não sei exactamente o seu conteúdo, mas para o caso não é isso que importa.

No noticiário da TSF das 19.00 hrs (de ontem, 30 de Janeiro), apareceu o Dr. Eugénio Rosa, economista da CGTP (eu sei que economista e cgtp como características de um mesmo ser é absurdo, mas enfim) a afirmar que aqueles meios de prova eram injustos porque “os ricos não tinham que provar nada quando usufruíam de benefícios fiscais” (tradução minha).

Até aqui não subscrevo, mas não contesto. Porque não tenho tempo.

Logo a seguir apareceu no ar uma senhora a falar em nome do MURPI – Movimento Unitário de Reformados, Pensionistas e Idosos, supostamente um movimento de cidadania, da dita sociedade civil, fazendo as mesmas apreciações que o sindicalista e sublinhando isso mesmo, que concordava e passo a citar: “Com o amigo Eugénio Rosa.”

Eis um retrato exemplar da substância da maioria dos movimentos da sociedade civil em Portugal. Extensões, mais ou menos assumidas (no caso do MURPI a assunção é quase expressa, franca mesmo, já que o “unitário” é como o algodão, não engana) dos partidos políticos, numa tentativa caceteira de obter representatividade junto dos poderes públicos.

A dita sociedade civil, pelo menos em termos de intervenção política, manteve-se atrofiada durante as décadas do Prof. Esteves e assim continua, mera testa-de-ferro, na maioria das vezes, do apparatchik instalado.

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